Comida, insônia e podcasts #16
E aí amigos, como vocês estão?
Faz um tempinho desde a última cartinha.
Acho que já contei que saí de Porto Alegre no começo da pandemia: vim pra Pelotas, pra casa dos meus pais. Aqui no sul do sul está um dia agradável de outono: tem sol*, tá em torno de 20 graus, um ventinho bom que seca rápido toda a roupa do varal. Minha vida parece que virou esses momentos de dona de casa: tá um dia bonito: vou aproveitar lavando roupa. Opa, esse tempo seco vai dar pra lavar de boas o banheiro. Essas coisas.
Meu pai, que é o rei dos hobbies, também começou a se ocupar na cozinha: ele tem feito todos os almoços, alguns doces e pratos mais sofisticados (sofisticado pros nossos padrões, tipo um quiche ou uma torta de maçã). Ficou tão empolgado que fez um canal no yt, está testando edição e filmagens que aprendeu num curso online. O velho é esse tipo de pessoa que tem que estar sempre fazendo coisas, aprendendo algo novo, não pode ficar muito parado. Infelizmente não herdei essa característica e consigo ficar muito tempo parada ou fazendo o mínimo. Não é muito saudável, eu sei.
Então eu me esforço pra me manter ocupada: trabalhando num gibi (on e off), nas aulas de pintura (recomendo muito aos colegas artistas esse curso de pintura digital do Davi Kalil), nos retratinhos e ultimamente em seguir o velho com a câmera:
Fiz até um instagram pra postar os almoços e peripécias do Velho.
E um dia de cada vez. É um clichêzão, mas é real: tem dias ruins e dias não-tão-ruins. Eu já penso que um dia sem nenhuma notícia horrível é um dia não-tão-ruim. Um dia de cada vez, tentando evitar o doomscrolling (Wikipedia: Doomscrolling é o ato de consumir uma procissão interminável de notícias online negativas)
Ou seja: basicamente quase todas as notícias ultimamente. Eu não sei vcs, mas eu entro num looping de doomscrolling que é difícil de sair. O twitter basicamente virou isso aí.
o christian bale doidão de insônia em O Operário
Vocês também têm insônia? eu tenho crises de insônia desde os meus 27 anos. Sim, eu sei exatamente quando e como começou porque até então eu dormia faceira sem nenhuma dificuldade. Então desde 2007 eu tenho crises e épocas em que eu durmo ok e outras em que não durmo quase nada. tenho todo um ritual pra dormir: num horário específico eu apago a luz e deixo só a luz suave de um abajur. Aí eu deito e leio um livro ao belo som de um ruído branco (um chiado horroroso de um aplicativo). Eu também faço uma contagem regressiva, que é uma espécie de meditação para dummies porque nunca aprendi a meditar, então eu fico contando. E se tudo der certo eu durmo. Geralmente funciona e eu consigo dormir.
nem o bill ou a scarlett conseguem dormir em Lost in Tanslation
Mas aí eu acordo algumas horas depois. Várias vezes. Nas noites boas eu consigo voltar a dormir, mas ultimamente não tem ritualzinho que me faça voltar a dormir. E não rola levantar e fazer alguma coisa, eu to sempre muito exausta. Exausta até pra ler (e olha que o kindle brilha no escuro, não precisa nem levantar pra acender a luz!) aí faz algum tempo eu me viciei em ouvir podcasts de madrugada. Comecei com esse da Monja Coen e agora estou bem viciada nesse de contos do LeVar Burton (em inglês). Os contos são ótimos, a narração é incrível. Eu recomendo muito, mesmo que você não tenha insônia.
Estou fazendo um sorteio de retratinhos lá no instagram. É pra arrecadar fundos pra bebê Sophia que sobre de AME e o remédio custa em torno de 12 milhões de reais. Não é a primeira vez que eu ouço falar nessa doença, mas ainda me choca demais esse valor absurdo.
Resolvi arriscar e comprei o livrão do Charlie Kaufman: Antkind (livrão porque o negócio tem 700 páginas). Tem várias críticas negativas e eu entendo: o narrador é um loser com uma super autoestima, tipo um George Costanza intelectual. Eu to amando e achando engraçadíssimo, mas acho que é um humor muito específico, não é pra todo mundo. De qualquer forma, ele tem uns momentos brilhantes tipo esse, descrevendo perda:
Pra quem tá sem ideia do que ler: faz uma conta no Good Reads, é uma rede social de livros, dá pra seguir amigos e autores que tu curtes e espiar o que eles estão lendo e o que recomendam.
Pra encerrar vou deixar vocês com o carinha mais lindo do mundo:
eu sou a tia-dinda babona q fotografa até os zooms
* quando eu comecei a escrever fazia um dia lindo, hoje tá uma tempestade e previsão de seguir assim o resto da semana (sim, virei a dona de casa que presta atenção na previsão do tempo)
Até a próxima amigos!