sobre ansiedade, séries, marc maron, arte coletiva e tem um pouquinho de nazismo tb, mas é bem pouquinho, juro #15
Olá meus amigos quarentenados
(não esquece de marcar ali pra aparecer as figurinhas)
Abrindo essa cartinha com a cara do marc maron (se bem q ficou mais parecido com o ned flanders?)
Eu amo o Marc, ele é um comediante incrível
Se você não conhece: ele tem esse podcast onde entrevista pessoal do entretenimento, outros comediantes, músicos, atores, diretores, etc. o wtfpod tem um blog/newsletter, já fica a dica pra se inscrever.
Tenho pensado muito no marc ultimamente. deve ser pq eu o ouço faz anos e a voz dele se tornou muito familiar, aquela coisa q a gente tem com alguns ídolos, parece q o cara é teu amigo. Bom, ele perdeu a namorada recentemente (a Lynn Shelton) e foi de repente. Foi como acompanhar um amigo passando por esse choque e essa perda repentina. Ele tem falado muito sobre isso na news e no início de cada episódio do podcast.
Pra quem tem netflix: tem três especiais dele lá, não sei nem qual o meu preferido, então recomendo todos. Também no netflix: a série glow, que é sensacional. Fora do netflix (notflix): maron, que é uma série sobre como começou com o podcast da garagem de casa. Foi com essa série que eu conheci o trabalho dele. é boooooooooa.
Bom, falando em nazistas...
Assisti jojo rabbit com uma expectativa baixa e, caramba, é bom demais. é triste, engraçado, lúdico. vale muito. eu amei o hitler que é uma frase que nunca pensei que diria, hehe.
Hunters estreou faz pouco tempo no Amazon prime. Eu assisti alguns episódios e já é um novo vício. Tem uma vibe bastardos inglórios. É um grupo que caça nazistas, todos judeus, cada um com uma habilidade específica. Se passa nos eua no fim dos anos 70, mas alguns são sobreviventes do holocausto então tem muitos flashbacks dos campos. E tem um elencão, só gente fina.
Estou lendo esse livro sobre ansiedade e hoje caí nesse trecho (em inglês, pq eu não saberia traduzir com meu inglês macarronico):
"The “dizziness of freedom,” as Kierkegaard described it, produced by the ability to make choices, can have political implications: it can generate anxiety so intense that it creates a yearning to return to the comforting certainties of the primary ties—a yearning for what Fromm called “the escape from freedom.” Fromm argued that this anxiety led many working-class Germans to willingly submit to Hitler in the 1930s. Paul Tillich, a theologian who grew up in Weimar Germany, similarly explained the rise of Nazism as a response to anxiety. “First of all a feeling of fear or, more exactly, of indefinite anxiety was prevailing,” he writes of 1930s Germany. “Not only the economic and political, but also the cultural and religious, security seemed to be lost. There was nothing on which one could build; everything was without foundation. A catastrophic breakdown was expected every moment. Consequently, a longing for security was growing in everybody. A freedom that leads to fear and anxiety has lost its value; better authority with security than freedom with fear.” Herbert L. Matthews, a New York Times correspondent who covered Europe between the wars, also observed that Nazism provided relief from anxiety: “Fascism was like a jail where the individual had a certain amount of security, shelter, and daily food.”
(...)
Bolsofeelings, talvez?:
In periods of social disruption, when old verities no longer obtain, there’s a danger that, as Rollo May put it, “people grasp at political authoritarianism in their desperate need for relief from anxiety."
(...)
"Perhaps the human organism is not equipped to live life as society has lately designed it—a harsh zero-sum competition where the only gains to be had are at the expense of someone else, where “neurotic competition” has displaced solidarity and cooperation. “Competitive individualism militates against the experience of community, and the lack of community is a centrally important factor in contemporaneous anxiety,” Rollo May argued in 1950."
O livro é:
"My Age of Anxiety: Fear, Hope, Dread, and the Search for Peace of Mind"
Tales from the loop. Eu vi essa algumas semanas atrás e estou apaixonada.
Essa série tem um ritmo beeeem devagaaar, com poucos diálogos e fotografia maravilhosa. O último episódio é uma das coisas mais lindas que eu vi nos últimos tempos.
Baseada na estética desse cara: Simon Stålenhag (valeu Felipe! Eu assisti toda a série sem saber desse detalhe). A Internet descreve como: imagens digitais retro-futuristas focadas em ambientes alternativos nostálgicos da história rural sueca. Não tem como não amar aqueles robôs e máquinas retrô.
Ele tem uma conta no Instagram com fotos que são (quase) tão lindas quanto as pinturas.
Vocês viram midnight gospel? a internet tava com opiniões muito divididas. eu fui com toda a empolgação do mundo, pois amo o pen ward (o mesmo cara de adventure time), e pelas imagens que eu tinha visto dá pra sacar que o visual é incrível. aí o primeiro episódio é maravilhoso, tem zumbis, tem maconha, tem todo um discurso absurdo e genial e engraçadíssimo, mas o segundo e o terceiro são um pouco chatos. tem mais alguns bons episódios até que chega no último. Rapaz, eu não tava preparada praquilo.
A série é baseada num podcast, então são entrevistas. A última é com a mãe dele, que morreu pouco tempo depois. eu recomendo muito assistir pelo menos o primeiro e o último, não tem exatamente uma ordem, são histórias fechadas. Mas você vai querer assistir todos depois de ver esses. Tá no netflix.
Outras newsletter pra assinar:
Alguns dias atrás eu declarei meu amor por newsletter nas redes: é uma cartinha q vc recebe por email, sem risco de perder por questões de algoritmo de rede social (bom, pode ir parar no spam), parece mais pessoal, não se perde num mar de posts. Enfim, aqui vão algumas q eu gosto bastante. Se você tem alguma sugestão, por favorzito, me manda tb!
as duas primeiras são de duas bf, que além de serem minhas bests escrevem maravilhosamente bem
Tempo invisível que habito e os lugares onde me escondo, da Karla
Estive no algoritmo e lembrei-me de você, da Ana margarites
Boletim do meteoro, do Eduardo Nasi
Brain pickings - é em inglês, uma seleção de livros, poesias, quotes
Bom, não é exatamente uma newsletter, mas o Salimena te manda três tirinhas inéditas por semana no seu e-mail por apenas 5 pila, coisas tipo isso aqui:
Aqui o link no padrim.
O Edgar Vasques manda tirinhas e charges políticas por e-mail, não é exatamente uma newsletter oficial, mas enfim, escreve pra ele se quiser receber tb: edgar.vasques@gmail.com
Não é newsletter, mas podcast se aproxima muito da ideia da newsletter, então pega aí o recém lançado juugofun que é sobre curiosidades do Japão, pelo Alexandre Sakae: https://anchor.fm/juugofunpodcast
Esses dias surgiu numa conversa: o tempo que leva pra algo ou uma atividade se tornar rotina, digamos, o meu vício em twitter. O cérebro precisa de 60 dias pra assimilar e incorporar como rotina. Eu teria q ficar 60 dias sem ler compulsivamente o twitter (estou no dia 3, tá difícil, gente).
Ontem, dia 14 de julho completei 4 meses de quarentena, isso dá 130 dias (mais ou menos, matemática não é meu forte tá). Será q a quarentena virou rotina? Não. Mas eu sinto que está um pouco mais.... suportável? Não sei se é meu cérebro se adaptando à essa rotina ou se estou me apegando à crença de que no fim do ano teremos uma vacina.
aí hoje eu acordei com uma pilha louca de fazer algum tipo de trabalho coletivo, de conversar com as pessoas, de saber o q estão pensando, sentindo, criando, se estão produzindo algo, de tentar coletar o trabalho de todo mundo num único lugar. talvez um trabalho coletivo, ou de cada um dizer a sua parte e junta tudo no mesmo lugar depois, eu sei lá, a ideia ainda não tá definida. eu escrevi um textão empolgadíssima (eu tenho uns surtos assim, às vezes), passei horas coletando emails das pessoas, pensei em gente da fotografia, da música, dos quadrinhos, da pintura, dos livros. eu queria um refúgio, sinto muita falta de conversar sobre arte e quadrinhos e sobre nada também (ai que falta q faz uma mesa de bar com amigos). pensei que me juntando com um monte de gente talentosa e criativa eu acabaria me empolgando também e saindo desse limbo.
escrevi tudo, coletei os emails e aí não mandei. tá lá nos rascunhos do gmail, mas não mandei.
de repente as pessoas estão lá, ocupadas em sobreviver, e vem uma mina com uma ideia vaga de VAMO FAZE ARTE?? mas não descartei totalmente. vou pensar mais um pouquinho.
assistir laerte e rafael coutinho desenhando uma hq juntos (projeto epidermia, pela galeria aura) me deu uma vontade de fazer algo coletivo.
ok, parei por aqui, ficou meio longo demais, parabéns, você que conseguiu chegar até aqui.
Espero que esteja tudo bem com vocês e com quem vocês curtem e se quiser deixar algum comentário, crítica, sugestão, me manda aí: samantafloor2@gmail.com
até a próxima!